
Há tempos quero escrever sobre o raciocínio lógico e como essa ferramenta que a Natureza nos deu pode nos livrar de muitos enganos e sentimentos desagradáveis! Certas emoções nos cegam, e ultimamente vemos o ódio e/ou o medo dominando as pessoas. Tais emoções só favorecem as forças que visam nos controlar e escravizar! Primeiro o ódio, principalmente na política, vem destruindo relações de amizade e afastando as pessoas, dividindo até famílias, enfraquecendo assim a população que unida sempre é mais forte. O medo também faz com que as pessoas deixem de raciocinar e aceitem cegamente o que lhes é imposta, sem questionar ordens.
Quando penso na lógica, me lembro daquele personagem alienígena da série de ficção científica Jornada nas Estrelas, o Spock. Enquanto o Dr. McCoy é mais emotivo, passional e impulsivo, o Dr. Spock é mais frio e racional, sempre questionando e jamais agindo na impulsividade. Nem por isso se torna um ser sem sentimento ou coração, tanto que é um dos personagens mais carismáticos da série, apenas não se deixa levar pelos reflexos irracionais das emoções cegas.
Não há dúvidas de que tanto o ódio quanto o medo nos trazem sentimentos negativos que só nos prejudicam, fisiologicamente falando, pois nesses estados nosso corpo injeta na corrente sanguínea certos hormônios prejudiciais a nossa saúde. São prejudiciais também na tomada de decisões, geralmente agindo sem pensar acabamos nos arrependendo depois.
Outra referência no quesito raciocínio lógico e o correto uso de nossas faculdades mentais é o mestre Buda, muito venerado no Oriente. Numa de suas frases clássicas ele diz:

Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima.
Buda
Não conheço uma pessoa que goste de sentir medo ou raiva, porém muitas vezes não percebem que inconscientemente estão alimentando essas emoções ao caírem constantemente nas armadilhas do próprio ego, ou o que podemos chamar da mente “egoica”. Importante frisar aqui que o ego não necessariamente é negativo se estiver a serviço de algo maior! Como assim? Todos nós temos um lado mortal e outro imortal, e mesmo que não concorde com a existência do Espírito ou de vida após a morte, me permita desenvolver essa ideia de forma racional!
Do ego nascem todos nossos medos, pois na raiz de todos eles está o medo da morte. O ego sabe que seu tempo aqui é limitado e não sabe o que virá depois, então ele se apega a coisas passageiras, insignificantes, tem medo da escassez, tem medo do outro que possa representar alguma ameaça. O ego é rápido em julgar o próximo, em apontar o dedo, em diminuir o outro para se sentir melhor, apesar de que, na prática, isso acaba nos trazendo sentimentos negativos.
Por outro lado, temos algo em nós chamado espírito ou alma, e mesmo que não tenho como provar cientificamente que ela sobrevive à morte física, vamos analisar de forma racional como que a alma se manifesta nesse mundo, pois ela é a parte mais nobre de nós mesmos. Podemos dizer que ela seria nossa consciência elevada! Quando vemos um músico que toca com alma, algo de diferente na forma dessa pessoa executar seu instrumento nos toca, mexe com nossas emoções positivas. Quando vemos um ser humano que age com alma, ele tem coragem para enfrentar os desafios, ele respeita os outros seres humanos, ele tem o que chamamos “nobreza de espírito”! Geralmente esses seres humanos, quando morrem, deixam muitas saudades e sua vida é sempre lembrada com muito carinho por todos que conviveram com ele, acaba virando um exemplo para futuras gerações, ou seja, sua passagem pelo planeta fica imortalizada!
Todos nós temos esses dois lados, um lado medroso, mesquinho, julgador e negativo, mas também temos um lado nobre, corajoso, compassivo e positivo. Um sábio provérbio indígena diz:

Dentro de mim existem dois lobos: o lobo do ódio e o lobo do Amor. Ambos disputam o poder sobre mim. E quando me perguntam qual lobo é vencedor, respondo: o que eu alimento.
Provérbio Indígena
Então termino aqui para lembrar a todos que somos responsáveis por alimentar o pior ou o melhor de nós mesmos, e todas as vezes em que sentimentos ruins aparecerem para nos atormentar, lembre de se desapegar deles e colocar em prática a ferramenta do raciocínio lógico ao questionar: o que estou sentindo me faz bem? Qual a intenção por trás desse acontecimento? A pessoa ou situação que provocou isso dentro de mim merece que me sinta assim? Devo manifestar meu ódio por isso ou por essa pessoa? Se essa pessoa não me traz bons sentimentos, devo perder meu tempo com isso e perder minha paz de espírito? Devo investir minha energia nisso ou nessa pessoa?
Enfim, creio que o raciocínio lógico sempre deve vir acompanhado da intuição, os dois devem atuar em harmonia, mas fica aqui essa reflexão para todos e para mim mesmo! Quando algo me desagradar, que eu tenha a calma para pausar, respirar e raciocinar de forma fria se é algo que vale a pena perder meu tempo nessa passagem tão curta por esse planeta. Salve a todos os mestres, à meditação, a sabedoria dos nativos americanos, do Buda, e um salve especial ao Dr. Spock – vida longa e próspera! 🖖
~ Kiko Peres
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